Por que os homens ainda são minoria nas cirurgias bariátricas?
Homens sofrem muito menos pressão social sobre a imagem corporal. Além disso, eles costumam cuidar menos da saúde
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No consultório da cirurgiã Luciana Siqueira, apenas dois em cada dez pacientes que passam pela cirurgia bariátrica são homens. Ou seja, uma esmagadora minoria. Algo que se repete nos consultórios de outros colegas da profissional. Mas o que explica essa baixa procura dos homens pelo tratamento da obesidade se ela afeta igualmente homens e mulheres?

Para a médica, que é vice-coordenadora do Programa de Residência em Cirurgia Bariátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, além de coordenadora da Comissão de Mulheres Cirurgiãs Bariátricas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, isso se dá porque a mulher sofre muito mais pressão sobre a imagem corporal que os homens. Além disso, os homens costumam cuidar menos da saúde.

“Entendo como uma questão antropológica e cultural. Homens com barriga proeminente e calvos muitas vezes são considerados charmosos, mas mulheres com as mesmas características não são vistas da mesma forma pela sociedade. Além disso, eles procuram menos o sistema de saúde até mesmo para exames preventivos, muitas vezes por tabu do exame de próstata. Por isso a adesão ao tratamento da obesidade também é baixa”, explica Luciana Siqueira.

No consultório, alguns chegam a narrar que somente vão se submeter à bariátrica porque chegaram ao limite das complicações de saúde causadas pela doença, como diabetes e desconforto cardíaco. “Ou seja, mesmo com as comorbidades, eles postergam o tratamento ao máximo.”

Além disso, em geral, quando procuram a bariátrica não é para alcançar qualquer padrão estético e sim para voltar a ter autonomia, ser uma pessoa mais funcional e voltar a praticar esportes com os amigos, por exemplo. “Eles não sentem a pressão pelo corpo dito perfeito, mas pela autonomia perdida pelo excesso de peso. Digo que a maioria procura a bariátrica mais para reconquistar a funcionalidade do corpo e não diretamente enfrentar as comorbidades”, completa Luciana Siqueira.

Ferramenta ajuda médicos a personalizar o tratamento da obesidade com base nos diferentes perfis alimentares
Mais de 60% da população brasileira está acima do peso e 31% têm obesidade. Escala de Fenótipo do Comportamento Alimentar mostra padrões responsáveis pelo aumento de peso
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O Atlas Mundial da Obesidade 2025 aponta que mais de 60% dos brasileiros estão acima do peso e 31% dos brasileiros têm obesidade. Os números são um alerta, já que a obesidade é uma doença crônica ligada a mortes prematuras. Uma ferramenta chamada Escala de Fenótipo de Comportamento Alimentar (EFCA) ajuda médicos e pacientes a entenderem e enfrentarem o problema.

A EFCA é um norte para um tratamento mais individualizado, diz a médica Luciana Siqueira, vice-coordenadora do Programa de Residência de Cirurgia Bariátrica do Hospital das Clínicas. “Entre os muitos fatores que podem ser responsáveis pelo aumento de peso, o fenótipo do paciente é um deles. Há as características alimentares do compulsivo, do emocional, do hedônico, do hiperfágico e do desorganizado”, explica.

Para a médica, entender em qual desses padrões o comportamento do paciente se encaixa ajuda no tratamento. Há medicações mais indicadas para o compulsivo, por exemplo. Um outro caso é do paciente com indicação de bariátrica e tem comportamento hedônico, ou seja, come por sentir muito prazer em algumas comidas. “Após a intervenção, ele perde o prazer por aquele alimento e muitos sentem medo de passar por isso. É importante o paciente entender que o paladar pode mudar pelas alterações hormonais proporcionadas pela bariátrica, mas ele vai experienciar outros sabores”, esclarece Luciana.

Confira abaixo as características de cada fenótipo: O compulsivo: come algo que gosta muito, come rápido e deseja alimentos específicos, como chocolate, salgado. Sente perda de controle e urgência na busca por alimento. Tem alto grau de impulsividade e geralmente não consegue parar de comer. Quando termina de comer, tem a sensação de culpa.

O emocional: come em resposta a emoções positivas ou negativas. A comida pode ser usada para celebração ou frustração. Se o paciente está triste, busca conforto na comida e tem prazer temporário. Geralmente prefere alimentos calóricos e reconfortantes, como doces, fast food. Assim, sente que acalma as emoções através da comida. Tem o hábito de petiscar em meio às refeições sem medir a quantidade que come.

O hedônico: come por prazer e porque aprecia o sabor da comida, a explosão de sabores. Sente-se tentado ao sentir o cheiro de comida que gosta. Por exemplo, se ama pizza e sente o cheiro, quer comer. Se passa em padaria, fast food, também. Tem paladar refinado, gosta de experimentar. Quando come algo que gosta muito, tem dificuldade de parar. Se é fissurado na pizza, é capaz de comer as oito fatias.

O hiperfágico: consome grande quantidade de alimento em uma só refeição. Faz aquele prato imenso e ainda costuma comer mais de um prato nas refeições principais. É aquela pessoa que vai mais de uma vez ao self service. Ele não se sente culpado quando come muito, diferentemente do compulsivo. Come até ficar cheio.

O desorganizado: acontece com a maioria das pessoas nos dias atuais. Pula as refeições. Não se alimenta no café da manhã porque está apressado ou porque não se acorda disposto a comer. Repete a mesma ação ao longo de dias. Também costuma passar mais de cinco horas por dia sem comer. No final do dia, sente mais fome e procura alimentos mais calóricos, como pão, massas, doces, já que passa o dia sem comer e o corpo sinaliza que precisa de energia. O problema é que a energia mais rápida vem dos alimentos mais calóricos.

Projeto de Extensão na UFPE enfrenta a desigualdade de gênero na cirurgia
Ele nasceu “Empower Woman” e agora é AWS Capítulo UFPE e promove apoio, formação e oportunidades para futuras cirurgiãs, fortalecendo a presença de mulheres na área cirúrgica
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Um projeto de extensão idealizado por estudantes de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) enfrenta a desigualdade de gênero no campo cirúrgico, uma problemática antiga na medicina. A cirurgiã Luciana Siqueira, vice-coordenadora do Programa de Residência de Cirurgia Bariátrica do Hospital das Clínicas, é coordenadora do projeto.

Assim que foi criado, foi chamado de “Empower Woman UFPE - cirurgiãs que apoiam futuras cirurgiãs” , e agora se chama AWS Capítulo UFPE, pois é uma extensão da Association of Women Surgery - AWS (Associação de Mulheres Cirurgiãs), uma organização internacional com membros em mais de 40 países.

A ideia é que toda estudante tenha a oportunidade de fazer mais contato com a área cirúrgica que a interesse, permitindo maior identificação com as cirurgias desde o início da jornada acadêmica.

Na extensão, as estudantes acompanham cirurgias, produzem artigos científicos, promovem conteúdo informativo para a comunidade externa e participam de um ambiente de apoio entre cirurgiãs e futuras cirurgiãs. O projeto de extensão é o primeiro do Nordeste a vincular-se à AWS, o que abre as portas para colaborações internacionais e oportunidades de crescimento.

“É uma honra para mim impulsionar estudantes na carreira de cirurgia. Ainda somos minoria nesse campo, mas aos poucos e com projetos como esse vamos mudando esse cenário e tornando ele menos desigual”, diz Luciana Siqueira.

O que o intestino tem a ver com o seu peso corporal?
A microbiota intestinal pode contribuir para o aumento do peso corporal ou mesmo para
a redução do apetite
Intestino com peso corporal

O conjunto de bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos que vivem no intestino, chamado de microbiota, desempenha um papel fundamental na saúde metabólica do nosso organismo. Diabetes, obesidade, artrite reumatoide e doença inflamatória do intestino são alguns efeitos de um metabolismo desequilibrado.

No caso específico da obesidade, a microbiota intestinal pode contribuir para o aumento do peso corporal através de alguns mecanismos. Por exemplo, há bactérias no órgão que aumentam a extração de calorias da dieta, favorecendo o ganho de peso.

O desequilíbrio da microbiota também pode ativar respostas inflamatórias que contribuem para a resistência à insulina que, se não tratada, pode levar a diabetes tipo 2 e outras complicações.

Além disso, a própria produção da microbiota pode reduzir o apetite e aumentar a saciedade ou mesmo afetar a produção de serotonina e outros neurotransmissores que influenciam o comportamento alimentar.

Com essa compreensão sobre o funcionamento do órgão, é mais fácil entender também quando o médico indica o uso de probióticos e prebióticos para modular a composição da microbiota; a dieta rica em fibras e polifenois - que favorece bactérias benéficas; e terapias baseadas em transplante de microbiota fecal, que impactam o metabolismo.

Por tudo isso, o eixo intestino-cérebro é um alvo importante no estudo da obesidade e de suas possíveis abordagens terapêuticas. “É importante entender que a obesidade é uma doença complexa e merece um tratamento sério. Não é só fechar a boca e ir para a academia. Existe uma relação neural, intestinal e genética”, explica a médica cirurgiã Luciana Siqueira, vice-coordenadora do Programa de Residência de Cirurgia Bariátrica do Hospital das Clínicas.

E você, tem cuidado do seu intestino como ele merece?

Médica alerta para os riscos da perda de peso em tempo recorde neste final de ano
Muita gente aposta em medicação sem prescrição de um especialista para curtir as festas,
mas atitude é perigosa para a saúde
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Com a chegada do mês de dezembro, começa a corrida pela perda de peso em tempo recorde para as festas de final de ano. As justificativas vão desde “caber” em uma determinada roupa até “escapar” de comentários relacionados ao sobrepeso nos encontros com amigos e familiares. A cirurgiã bariátrica Luciana Siqueira, no entanto, faz um alerta para os riscos dessa busca “apressada” pelo corpo dito perfeito.

Usar medicamentos ou fazer dietas sem prescrição médica ou de um nutricionista são um grande risco para a saúde. Além disso, as próprias farmácias sofrem uma baixa no estoque de medicamentos como o Ozempic, o que prejudica as pessoas que realmente têm indicação para usá-lo de forma correta.

A obesidade, alerta a médica, é uma doença complexa, de múltiplas causas e que precisa ser tratada ao longo da vida. “Não estamos falando de pessoas que apenas precisam perder peso, mas do enfrentamento de uma doença que traz consigo outras comorbidades, como o diabetes e alguns tipos de neoplasias. O uso desses medicamentos de forma indiscriminada não traz o efeito desejado e ainda pode causar complicações no organismo.Há casos de pancreatite e dores abdominais, por exemplo, em investigação por estudos”, alerta.

O tratamento da obesidade não pode ser banalizado, destaca Luciana Siqueira, porque essa modalidade de uso de medicamentos pode prejudicar quem realmente precisa com a escassez dos remédios nas farmácias. “Não podemos confundir tratamento de obesidade com o desejo de dar uma satisfação para nossos amigos ou familiares. Procure uma equipe séria, que pode indicar corretamente o uso de medicação para auxiliar no tratamento, a cirurgia bariátrica ou outras técnicas tão eficazes quanto. Cada paciente é um caso, com sua história de vida e por isso precisa de tratamento personalizado”.

Manter o peso perdido é um desafio
para pacientes 
O reganho de quilos precisa ser compreendido com base na ciência para ser enfrentado com eficiência

Manter o peso após o emagrecimento é tão desafiador quanto perder os quilos a mais na balança. Por isso, o reganho de peso não pode ser assunto tabu e precisa ser discutido com informação responsável. Mas, afinal, por que é tão difícil manter o peso perdido?

Vários fatores colaboram para esse fenômeno. Um deles encontra explicação em nosso cérebro. Lá dentro, o hipotálamo entende que perder peso é algo ruim do ponto de vista da sobrevivência, pois a gordura é sinônimo de energia. Logo, se a pessoa perde energia, corre risco de morrer.

A partir desse mecanismo, o que o hipotálamo faz? Vai fazer de tudo para trazer de volta o peso corporal mais próximo ao peso máximo que a pessoa já teve na vida.

Além disso, também é importante destacar que quando perdemos peso em um curto espaço de tempo existe um aumento da fome em torno de quase cem calorias por quilo de peso.

Essa engrenagem funciona em qualquer método de emagrecimento. Mas na cirurgia bariátrica acontece algo diferente. O aumento da fome é registrado também, mas ao invés de cem calorias por quilo de peso, o aumento da fome vai ser de trinta calorias por quilo de peso. A bariátrica proporciona a regulação da ação do hipotálamo em obrigar nosso corpo a buscar o peso máximo. Por isso a intervenção é considerada mais eficaz, seja do ponto de vista do peso perdido ou da manutenção dele.

“Importante entender esse conceito porque muitas pessoas ainda veem a cirurgia de forma equivocada. Para elas, a fome e a vontade de comer são as mesmas de antes da cirurgia, mas existe uma barreira pela diminuição do tamanho do estômago. Isso não é verdade. Com a bariátrica, passa a existir também impacto dos hormônios no cérebro, o que é fundamental para entender a eficácia da cirurgia. Porque a intervenção não é só voltada à mudança na anatomia do trato digestivo. Há mudanças hormonais, metabólicas, entre outras”, explica a cirurgiã Luciana Siqueira.

A médica reforça, ainda, que nenhum estudo demonstrou que essa adaptação buscada pelo hipotálamo se dissipou com o tempo. Ou seja, o corpo sempre vai tentar retornar ao peso máximo.

O alerta também vale para o “combo” falta de exercício físico, ansiedade e compulsão alimentar, considerado de alto risco para o paciente que perdeu peso. “É preciso entender que o exercício físico diminui a ansiedade, pois libera endorfina e ajuda a reduzir a vontade de comer”, completa a médica.

O debate, diz Luciana Siqueira, é importante para evitar a culpabilização das pessoas em processo de enfrentamento da obesidade e a armadilha de métodos “milagrosos” de emagrecimento.

Pacientes com obesidade relatam ansiedade e depressão no enfrentamento da doença
Médica alerta que sintomas são agravados em meio a uma sociedade gordofóbica

É dia de consultório. Nas redes sociais, a médica Luciana Siqueira costuma postar imagens da própria sala acompanhadas de frases acolhedoras para os pacientes que estão para chegar. Há 18 anos, a cirurgiã bariátrica opera pessoas com variados graus de obesidade na rede pública e privada de saúde. Na consulta, alguns choram enquanto relatam suas limitações físicas ou dores emocionais relacionadas à obesidade. Os sentimentos predominantes são de culpa, vergonha, frustração e fracasso por não conseguirem controlar a doença.

Até 2035, mais da metade da população mundial terá sobrepeso ou obesidade, de acordo com o Atlas Mundial da Obesidade de 2023. Por trás dos números frios, estão histórias reais de pessoas enfrentando ansiedade e depressão. Sintomas agravados em meio a uma sociedade gordofóbica, que não aceita pessoas fora de um determinado padrão.

“O estado de saúde mental desequilibrado é a maior dor que eu encontro nos pacientes. Eles se sentem incapazes e fracassados por não conseguirem lidar com a doença. As limitações físicas também levam a condições emocionais sofridas”, explica a médica.

Luciana Siqueira destaca que o enfrentamento da obesidade não é apenas sobre perder peso ou estética. É sobre ganhar anos de vida com mais saúde. Segundo a médica, a obesidade está relacionada a várias comorbidades, tais como hipertensão, diabetes, apneia do sono e alguns tipos de cânceres, um dos assuntos de pesquisa da médica. “Quando me questionam sobre um paciente com obesidade com exames de sangue normais, explico que, mais tarde, o quadro de saúde dessa pessoa provavelmente vai mudar e ela vai desenvolver outras doenças. Pessoas magras, obviamente, podem apresentar quadros de saúde comprometidos, mas a obesidade é um fator de risco a mais”, explica.

A doença, diz Luciana, é tão cruel que os pacientes pensam que, no dia seguinte à cirurgia, estarão magros e esquecem de pequenas conquistas diárias com a perda de peso, como caminhar sem se cansar, atacar um cadarço sem dificuldade, entre outras atividades. “Por isso é tão importante ter do outro lado uma equipe que saiba escutar o paciente para mostrar para ele os pequenos avanços no dia a dia e não falar o que o paciente deseja ouvir.”

Obesidade está associada
a 13 tipos de neoplasias
Nas mulheres, a maior incidência do câncer é nas mamas e no endométrio

O câncer de mama também pode ter relação com a obesidade nas mulheres.

O alerta é da médica Luciana Siqueira, cirurgiã bariátrica há 18 anos, nas redes pública e privada de saúde, e vice-coordenadora do Programa de Residência de Cirurgia Bariátrica do Hospital das Clínicas.

Desde 2014, quando concluiu a tese “Associação entre obesidade e câncer: análise proteômica”, a médica vem alertando para o assunto, que precisa estar cada vez mais em evidência. Isso porque, até 2035, mais da metade da população mundial terá sobrepeso ou obesidade, de acordo com o Atlas Mundial da Obesidade de 2023.

“Cheguei à conclusão que, na amostra estudada, foram identificadas proteínas potencialmente carcinogênicas nos pacientes com obesidade e que a perda de peso induzida pela cirurgia bariátrica promoveu o desaparecimento dessas proteínas”, destaca a médica.

Luciana Siqueira alerta que a intervenção cirúrgica é uma ferramenta eficaz no controle da obesidade, mas exige um acompanhamento multidisciplinar, incluindo nutricionista e psicólogo, além de prática de exercícios físicos. “A bariátrica não é apenas sobre perda de peso na balança. É sobre mudança de estilo de vida e ganho de expectativa de vida também”, afirma.

Para prevenir o câncer de mama, a médica também alerta para a importância da prática de exercícios, alimentação saudável, com frutas, verduras, legumes e fibras. Importante, ainda, evitar o consumo de açúcar, alimentos processados e ultraprocessados, além de ingestão de bebida alcoólica em excesso. Além disso, é preciso fazer os exames periódicos, como orienta o Ministério da Saúde.

Veja alguns relatos dos pacientes

Depoimentos

Tratar a obesidade é possível

Dra. Luciana Siqueira
Cirurgiã Bariátrica

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(81) 9.9904-6311

ENDEREÇO

> REAL HOSPITAL PORTUGUÊS

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mas atitude é perigosa para a saúde